Vivemos na ilusão de que somos eternos, de que sempre haverá uma próxima vez. A Vida mostra-nos o contrário!
Esta semana, fui ajudar um familiar que estava doente. Como sempre, quando é preciso arranjar soluções, sou objectiva e pragmática. Fui rápida e eficaz com a solução, mas pouco amorosa. No dia seguinte acordei com a notícia de que tinha falecido. Hoje ‘pesa-me’ a falta de Amor nas nossas ultimas palavras.
Usamos muitas palavras, todos os dias, connosco e com os outros. São mensagens e emails e conversas onde nem sempre escolhemos bem as palavras.
As palavras que usas, tem Amor? Tem Cuidado? Vão fazer o outro sentir-se melhor? Vão fazer-te sentires-te bem?
Como nos ensina a parábola, as palavras são como pregos…
Era uma vez um rapazinho que tinha um temperamento muito explosivo.
Parábola da tábua e dos pregos
Um dia, o pai deu-lhe um saco cheio de pregos e uma tábua de madeira.
Disse-lhe que martelasse um prego na tábua cada vez que perdesse a paciência com alguém. No primeiro dia o rapaz pregou 37 pregos na tábua. Nos dias seguintes, enquanto ia aprendendo a controlar as emoções, o número de pregos martelados foi diminuindo gradualmente.
Finalmente chegou o dia em que não perdeu a paciência uma vez que fosse.
Falou com o pai sobre seu sucesso e sobre como se sentia melhor por não explodir com os outros.
O pai sugeriu-lhe que retirasse todos os pregos da tábua e que lha trouxesse.
O rapaz trouxe então a tábua, já sem os pregos, e entregou-a ao pai.
Este disse-lhe: – Estás de parabéns, filho! Mas repara nos buracos que os pregos deixaram na tábua. Nunca mais ela será como antes.
… nunca podes ‘retirar’ o que disseste, as marcas nunca desaparecerão…
Por me conhecer bem, sabendo que sou muito emocional, faço-me frequentemente duas perguntas:
. Gostarias que estas fossem as ultimas palavras que esta pessoa ouviu de ti?
. E se fosse o Amor a responder, o que diria?
Quando tenho a lucidez suficiente, páro, respiro, penso em todas as coisas boas que essa pessoa/situação me trouxe e espero que me chegue uma resposta do ‘sítio do Amor’. Mas tenho tido pouca lucidez e proferido muitas palavras que não vem daí, de um ‘sítio de Amor’.
Felizmente a consciencialização é o primeiro passo para a mudança. Exige trabalho, exige esforço, exige uma atenção diária e permanente, mas só assim chegaremos à nossa melhor versão.
DESAFIO-TE: Revê, na ultima semana, todas as situações em que as palavras não te sairam de um ‘lugar de Amor’ e, se fores a tempo, pede desculpa (mesmo sabendo que as marcas não desaparecerão). Se não conseguires de uma semana, revê de um dia, se não conseguires de um dia revê de uma hora… o importante é que comeces!
Sê responsável com as tuas palavras, mesmo depois de esqueceres que as proferiste, haverá alguém que as carregará por muito tempo!
Sê cuidadoso com as tuas palavras, uma vez ditas, elas só podem ser perdoadas, e nunca esquecidas.